quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Nova Ocupação feita pelo MFST (movimento das famílias sem teto) na cidade de Escada mata sul do estado de Pernambuco, foi assunto no Portal Escada News.
Veja a Matéria.

O MFST (Movimento das Famílias Sem Teto) ocupou no sábado 22/12 os 24 apartamentos construídos na antiga fábrica de cerâmica localizada na rua da mangueira em Escada. Os mesmo imóveis veem sendo investigados pela polícia por suspeita de serem construídos com verba pública, há suspeita que o atual prefeito de Escada Jandelson Gouveia que encerra seu segundo manda no próximo 31/12 esteja por trás desse caso.

Segundo Carlos Augusto um dos Líderes da ocupação e do movimento em Escada, eles irão lutar até as últimas instancia para ter a posse dos apartamentos caso seja provado judicialmente que foi construído com dinheiro publico.
“Esse movimento seu deu pela necessidade das famílias que não tem para onde ir, não possuem moradias e nem terra para construírem suas casas, tem imóveis que foram ocupados por mais de uma família com idosos e crianças de colo, iremos até o fim, pois já nos cêntimos donos desse chão e donos desses imóveis”. Declarou Carlos Augusto Líder do movimento.
Até o momento não foi feita nenhuma notificação judicial e nenhum tipo de manifestação por parte do proprietário, como o poder judiciário está de recesso o caso deve se estender para o mês de fevereiro de 2013.
O investimento imobiliário vem sendo investigado pela polícia por suspeita de envolvimento e possíveis irregularidades envolvendo o prefeito de Escada, Jandelson Gouveia, e Manoel Ricardo da Silva, mais conhecido por “Ricardo locutor”.
 
Nova Ocupação do Movimento na Cidade de Escada na mata sul do Estado.
Enquando muitos pensavam que o MFST na cidade Escada na mata sul do estado estava desarticulado e perdido suas forças, ele surge com força total, e faz uma nova ocupação no municipio, 24 apartamentos e mais de 50 terrenos são os novos endereços de mais de 80 famílias que passaram o natal sobre o novo teto.
 
 

sábado, 24 de novembro de 2012

VIOLÊNCIA - TIROS - SANGUE E DIVERSAS PESSOAS FERIDAS NA OCUPAÇÃO DA RUA RIACHUELO 39


Na madrugada do dia 24 de novembro de 2012, diversas entidades e famílias filiadas à Federação Pró Moradia do Brasil, foram covardemente atacadas a bala por homens fortemente armados no Prédio de 20 andares abandonado, na Rua Riachuelo nº 39, no centro de São Paulo, amentando a escalada de violência contra os pobres em nossa cidade, que lutam por moradia e politicas publicas.
O Movimento participava de uma Jornada de Ocupações, para denunciar os imóveis abandonados no centro de São Paulo e para lutar por Moradia Digna para os Sem Teto e suas famílias.
Quando por volta das 2 horas da manhã, cerca de 250 pessoas do Movimento, já se encontravam dentro do prédio, subindo para o segundo andar, depararam com uma grade e um homem do outro lado, que ainda chegou a conversar com os ocupantes, dizendo que ia pegar as chaves.
Porém, logo em seguida para a surpresa e desespero de todos, apareceram dois homens atirando, portando uma arma calibre 32, e outra pistola calibre 380. “DECLARANDO QUE QUERIAM VER SANGUE E QUE SEUS PARCEIROS DO LADO DE FORA IRIAM DAR AOS SEM TETO O QUE ELES MERECIAM”
Resultado, muita correria, gritos, tiros, desespero, sangue e pelo menos cinco pessoas covardemente baleadas, e outras dezenas feridas pela quedas nas escadas, e pisoteadas.
Para nossa surpresa, a Policia e a Perícia alegaram não ter encontrado os atiradores que ficaram até 6:30 da manhã dentro do prédio, e também não encontrou as armas, somente os projéteis ficaram espalhados pelo chão.
Perguntas: quem são os atiradores? Por que não foram presos? Porque a Policia não conduziu ao distrito os supostos seguranças que estavam dentro do prédio? Porque as famílias Sem Teto ainda tem se submeter a tanta violência, para conquistar uma moradia nesta cidade?
O Movimento, suas entidades filiadas e as famílias não vão se calar até que estas respostas sejam fornecidas pelas autoridades.

Foram gravemente feridos à bala:
Ana Maria da Silva, que foi atingida por dois tiros na barriga, e está em coma no hospital do Servidor Público Municipal, Sandro Vieira de Campos baleado no braço, Anderson Pedro da Silva baleado no rosto, Kleber do Nascimento Correia baleado na barriga e no braço se encontra hospitalizado, também no Hospital do Servidor Publico Municipal. E outra pessoa chamada Manoel baleada no braço, que foi levado por seus familiares. Pessoas desmaiaram, caíram nas escadas e foram pisoteadas.
Tudo precisa ser rigorosamente esclarecido. O por que de tanta violência. Foram muitos tiros, e as famílias ocupantes estão traumatizadas. As famílias esperam rigorosa apuração dos fatos, apuração do papel da policia no episódio e uma reposta da Secretaria de Habitação da Prefeitura e do Estado, sobre a sua situação.
Chega violência contra dos Sem Teto. Chega de Genocídio. Moradia Digna Já.
São Paulo, 24 de Novembro de 2012.
Federação Pró Moradia do Brasil, Movimento de Moradia Novo Centro, Associação Vida Nova, Associação Divina Flor, Associação de Mulheres de Brasilândia, Associação Flor do Oriente, Associação Raio de Luar, Associação Beneficente Criança Esperança, Associação Renascer Fase 1, Associação Rodnei, Instituto Maria Paula, Instituto Bará, Associação Moradores Vila Nova e Adjacências, Associação de Amigos e Moradores do Jardim Antártica, Associação Resona, Federação Moriá, Associação Federativa Instituto Ação Social Para Todos, Associação Jardim Princesa, Associação Nova Esperança de Taipas, Associação Mulheres de Taipas, Instituto Caesbi, Grupo de Mães Novo Amanhecer, Associação de Moradores do Parque do Carmo, Associação Nova Visão, Clube de Mães da Associação de Moradores Amigos do Parque Otero, Associação Morro Grande, Associação HABI, Associação Casa Verde, Associação José Afonso de Sousa, Associação Vida Nova Carrão, Associação Vida Nova Pinheiros, Associação Vila Nova Cachoeirinha, Associação Nova Era, Associação Brasinha.

Entidades que se solidarizam e exigem apuração para tanta violência.
Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos

terça-feira, 20 de novembro de 2012


Eu não nasci no Japão
E nem sei falar o inglês
Eu não tenho olhos azuis
Ainda não foi dessa vez
Minha família nunca apareceu na TV numa publicidade de
Margarina, de roupa, de joia ou Sarson.
Se eu tô na novela das oito é como faxineiro o que eu
posso fazer essa é minha sina

Não viajo de avião
Do Bumba é que eu sou freguês
A grana já acabou e é só o início do mês
Eu não tenho carro importado,
Nem sou publicado naquelas colunas de alto padrão
E nem sou um belo partido, é compreensivo não se
compra jóia com o coração

Estou fugindo dessa nova escravidão,
Uma escravidão camuflada
Enquanto seu filho passeia na incrível Disney Word
O meu tá dormindo na calçada.
Ela, eu vou falar com Mandela, vou acender uma vela,
Fazer uma prece para Nossa Senhora de Aparecida.
Vida, tô tentando achar a saída, pois a maior parte
excluída,
Luta a cada dia para ver se consegue fugir

Ela, eu vou falar com Mandela, vou acender uma vela
Fazer uma prece para Nossa Senhora de Aparecida.
Vida, tô tentando achar a saída, pois a maior parte
excluída
Luta a cada dia para ver se consegue fugir
Desse turbilhão

Eu to a fim de fugir
Eu to a fim de escapar
Eu não to mais solto pra que me consolar
Você não é mais que eu e nem eu mais que você
Hoje nos somos iguais vê se tenta entender
Andei por muitos caminhos tentando encontrar
Meu lugar ao sol eu quero conquistar
Eu quero ser reconhecido
Sem mudar de lugar eu quero é ser feliz

Estou fugindo dessa nova escravidão,
Uma escravidão camuflada
Enquanto seu filho passeia na incrível Disney Word
O meu tá dormindo na calçada.
Ela, eu vou falar com Mandela, vou acender uma vela,
Fazer uma prece para Nossa Senhora de Aparecida.
Vida, tô tentando achar a saída, pois a maior parte
excluída,
Luta a cada dia para ver se consegue fugir

sexta-feira, 16 de novembro de 2012


    Ato de Vilania e Covardia


Hoje de manhã, dois homens identificando-se como sendo da polícia, embora não estivessem fardados e tenham se recusado a apresentar a identificação, ameaçaram um casal de moradores da ocupação Nova Primavera. O ocorrido se deu quando o casal (que prefiriu não ser identificado) caminhava em frente a ocupação indo em direção a Vila Sabará quando um Gol Branco, de 4 portas, os abordou: “Vcs são do movimento?” Ao que os moradores teriam respondido que sim. Neste momento o homem que estava no banco do carona puxou uma pistola automática 45 e disse: “essa patifaria de ocupação tem que acabar”.
O homem disse ainda que era intenção dele e seu amigo, retornar na madrugada de terça feira dia 13 de novembro às 5 horas da manhã para “por fogo em alguns barracos e disparar tiros de borracha contra os moradores” disse algumas das testemunhas do fato.
É pouco provável que os homens fossem mesmo da polícia. Ainda assim, o movimento lamenta que haja interessados em destruir com o moral dos acampados e dificultar as negociações. Ainda mais que nenhuma ordem de despejo foi lavrada pela justiça. Esperamos que em breve possamos descobrir os autores do crime de ameaça. Infelizmente, só foi possível anotar o final da placa do carro. Os moradores já estão informados para que possamos colher mais dados de identificação, caso o veículo e os dois jagunços voltem a ameaçar o acampamento: Veículo Gol, branco, 4 portas, o final da placa é 5689.
Ode ao burguês



Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos; e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os "Printemps" com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros! Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Mas à chuva dos rosais o èxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura! Morte às adiposidades cerebrais! Morte ao burguês-mensal! ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano! "–Ai, filha, que te darei pelos teus anos? –Um colar... –Conto e quinhentos!!! Mas nós morremos de fome!"
Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais! Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares! Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, sempiternamente as mesmices convencionais! De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! Dois a dois! Primeira posição! Marcha! Todos para a Central do meu rancor inebriante Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! Morte ao burguês de giolhos, cheirando religião e que não crê em Deus! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burgês!...

Mário de Andrade.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012


  1. PENSAMENTO COLETIVO -MFST- 

Segundo final de semana de Novembro, fazendo visitas e reuniões com as famílias nas ocupações do MFST em Pernambuco, troncando ideias, partilhando pensamentos, discutindo questões de relevância pra nossa sociedade, como saúde, educação, moradia, preservação ambiental, qualificação profissional, mobilidade, saneamento básico, questões sobre as drogas, violência domestica, exploração do trabalho infantil, marginalização da juventude, dentre outros temas importantes para nossa sociedade.
Em uma das ocupações visitas pela coordenação estadual do Movimento, um dos assuntos colocados na roda de conversas, foi a retirada das famílias da comunidade de Oliveira no Bairro do Pina na terça-feira da semana passada, o que levou o coletivo a fazer uma reflexão sobre a atual forma de governo do estado de Pernambuco, que estar sempre voltada pra classe burguesa, e a justiça, sempre julgando a favor dos ricos, dos que moram na orla marítima de Boa Viagem, e tratando com descaso e desprezo o povo da periferia, dos morros, das encostas, nunca profere a sentença a favor do José, do Joaquim, da Rosa, do seu João Preto, o de chinelo no pé, chapéu de palha na cabeça, o sem teto, o sem chão, os esquecidos, os ignorados, os abandonado. Abandonados sim, pelo poder publico, o que deveria amparar, proteger, fazer valer os seus direitos, simplesmente os ignora, faz de conta que não ver, fecha os olhos pro sofrimento dessa gente pobre, preta, de pé no chão, de pano amarado na cabeça.
Hipócritas, bando de hipócritas, de desalmados, filhos de chocadeira, não são atendidos pelos posto de saúde, que vivi sem médicos, sem remédio, os filhos deles quando adoecem não são levados pros hospitais públicos, sempre superlotados, que quase nunca tem leito, e ainda com elevadores quebrados, eles com certeza  não foram educados em escolas publicas, onde falta as bancas, os professores e até o quadro negro.
- E a prefeitura? Não vem aqui ver de perto a forma como estamos vivendo? Não vai fazer nenhum cadastro dessas famílias que vivem aqui porque não tem onde por a cabeça e abrigar os nossos filhos?
Questionou indignada dona Socorro, dona de casa, mãe de 3 filhos, moradora de uma das ocupações do MFST no bairro de Piedade, que estar a quase um ano morando com a sua família nessa ocupação.
- A imprensa não vem aqui conversar com agente? Não quer saber por que agente estar aqui? Porque ocupamos esse prédio?
Colocou seu Marcos, completando a fala indignada de dona Socorro.