segunda-feira, 12 de novembro de 2012


  1. PENSAMENTO COLETIVO -MFST- 

Segundo final de semana de Novembro, fazendo visitas e reuniões com as famílias nas ocupações do MFST em Pernambuco, troncando ideias, partilhando pensamentos, discutindo questões de relevância pra nossa sociedade, como saúde, educação, moradia, preservação ambiental, qualificação profissional, mobilidade, saneamento básico, questões sobre as drogas, violência domestica, exploração do trabalho infantil, marginalização da juventude, dentre outros temas importantes para nossa sociedade.
Em uma das ocupações visitas pela coordenação estadual do Movimento, um dos assuntos colocados na roda de conversas, foi a retirada das famílias da comunidade de Oliveira no Bairro do Pina na terça-feira da semana passada, o que levou o coletivo a fazer uma reflexão sobre a atual forma de governo do estado de Pernambuco, que estar sempre voltada pra classe burguesa, e a justiça, sempre julgando a favor dos ricos, dos que moram na orla marítima de Boa Viagem, e tratando com descaso e desprezo o povo da periferia, dos morros, das encostas, nunca profere a sentença a favor do José, do Joaquim, da Rosa, do seu João Preto, o de chinelo no pé, chapéu de palha na cabeça, o sem teto, o sem chão, os esquecidos, os ignorados, os abandonado. Abandonados sim, pelo poder publico, o que deveria amparar, proteger, fazer valer os seus direitos, simplesmente os ignora, faz de conta que não ver, fecha os olhos pro sofrimento dessa gente pobre, preta, de pé no chão, de pano amarado na cabeça.
Hipócritas, bando de hipócritas, de desalmados, filhos de chocadeira, não são atendidos pelos posto de saúde, que vivi sem médicos, sem remédio, os filhos deles quando adoecem não são levados pros hospitais públicos, sempre superlotados, que quase nunca tem leito, e ainda com elevadores quebrados, eles com certeza  não foram educados em escolas publicas, onde falta as bancas, os professores e até o quadro negro.
- E a prefeitura? Não vem aqui ver de perto a forma como estamos vivendo? Não vai fazer nenhum cadastro dessas famílias que vivem aqui porque não tem onde por a cabeça e abrigar os nossos filhos?
Questionou indignada dona Socorro, dona de casa, mãe de 3 filhos, moradora de uma das ocupações do MFST no bairro de Piedade, que estar a quase um ano morando com a sua família nessa ocupação.
- A imprensa não vem aqui conversar com agente? Não quer saber por que agente estar aqui? Porque ocupamos esse prédio?
Colocou seu Marcos, completando a fala indignada de dona Socorro.

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